segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Brian L. Weiss - Pensamentos




"Fico constantemente espantado com a falta de visão da maioria das pessoas. Conheço muita gente diariamente obcecada pela educação dos filhos: qual o melhor infantário, escolas provadas versus escolas públicas, quais os mais eficientes cursos de preparação para ingresso no ensino superior, como maximizar as notas e actividades extracurriculares de forma a dar aos filhos uma margem para poderem entrar naquela faculdade, naquela universidade, ad infinitum. Depois o mesmo ciclo se recomeça com os netos.
      Mas estas pessoas pensam que o mundo está parado no tempo, que o futuro será uma réplica do rpesente.
Se continuarmos a cortar as nossas florestas e a destruir as fontes de oxigénio, o que é que estas crianças irão respirar dentro de vinte ou trinta anos? Se envenenarmos o nosso sistema de água e os ciclos de alimentos, o que é que irão comer? Se cegamente continuamos a produzir clorofluocarbonetos e outros resíduos orgânicos e a abrir buracos na camada de ozono, poderão eles viver ao ar livre? Se sobreaquecermos este planeta através do efeito de estufa, com a subsequente subida do nível dos oceanos e inundação das nossas costas, se exercemos demasiada pressão nas linhas tectónicas oceânicas e continentais, onde é que eles irão viver? E os filhos e netos da China, África, Austrália e todos os outros sítios estão igualmente vulneráveis pois são inexoravelmente residentes deste planeta. E já agora , considere o seguinte. Se e quando reencarnar você for uma dessas crianças?
Assim, como é que podemos preocupar-nos tanto com testes de admissão e faculdades quando talvez não exista um mundo para os nossos descendentes?
      Por que está toda a gente tão obcecada em viver mais tempo? Por que espremer mais alguns infelizes anos a um final já de si penoso? Para quê a preocupação com os níveis de colesterol, dietas de farelo, contagens de lípidos, exercícios aeróbicos, e assim sucessivamente?
      Não faz mais sentido viver com alegria o agora, tornar pleno cada dia, amar sem ser amado, do que preocupar-mos tanto acerca da nossa saúde física num futuro que desconhecê-mos? E se não houver futuro? E se a morte é a libertação para a felicidade?
Não tome isto como um convite para negligenciar o seu corpo, nem uma desculpa para fumar e beber em excesso ou usar drogas ou ser imensamente obeso. Estas condições causam infelicidade, desgosto e incapacidade. Apenas o convido a não se preocupar tanto com o futuro. Encontre a sua felicidade hoje.
A ironia é que, assumindo esta atitude desprendida e vivendo alegremente o presente, provavelmente irá viver mais anos.
      Os nossos corpos e almas são como os carros e os seus condutores. Lembre-se sempre que é o condutor, não o carro. Não se identifique com o veículo. A ênfase dada actualmente so prolongar da duração das nossas vidas, em viver até aos cem anos ou mais, é uma loucura. É como ficar com o seu velho ford depois deste ter passado os 500.000 ou 700.000 quilómetros. A estrutura metálica do carro está a enferrujar, a transmissão foi reparada cinco vezes. coisas caiem do motos e, no entanto recusamo-nos a trocá-lo. E ali, ao virar da esquia, está outro automóvel, novinho em folha, á sua espera. A única coisa que tem que fazer é sair devagarinho do velho ford e deslizar para dentro do novo automóvel. O condutor, a alma, nunca muda. Apenas o carro.
      E , a propósito, até pode ser que, ao longo do caminho, se venha a encontrar dentro de um Ferrari."


Brian L. Weiss

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